quinta-feira, 22 de setembro de 2016

"A Mão do Diabo" - Opinião

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O que eu gosto nos livros do José Rodrigues dos Santos é a parte de pesquisa que tem por trás. Os livros da série de Tomás Noronha são interessantes por isso mesmo. Mas são demasiado fantasiosos na parte de ficção.

Os primeiros livro que li com o Tomás até não os achei muito maus a nível da parte de ficção, mas "A Mão do Diabo" e "Chave de Salomão", os últimos que li desta série, não foram lá grande coisa. Como é que um mero professor de História é capaz de escapar a equipas de assassinos profissionais?! E isto não é a única coisa "estranha".

No último livro que li, "A Mão do Diabo", e o objecto desta review, a "relação" que Tomás tem com a rapariga jeitosa que o acompanha é o mínimo awkward. Então eles estão uns dois dias juntos (ou nem isso), o amigo comum deles está morto (ou mal no hospital, como eles chegam a supor), supostamente esse amigo terá um caso ou uma relação com uma certa afeição pela rapariga (pelo menos é o que dão a entender), e eles os dois (o Tomás e a rapariga) querem-se logo "saltar em cima" (peço desculpa pela expressão). É demasiado cliché. Já se sabe logo o início que algo vai acontecer entre eles, tal como acontece sempre.

Ainda em relação à rapariga, uma agente da Interpol, ela é um bocado idiota. Então numa basílica ela lembra-se de saltar para cima de um túmulo sem olhar em volta para se certificar se alguém está ou não a ver? Esses agentes deviam saber minimamente agir de forma discreta, independentemente das circunstâncias em que se encontram, não?

E que valente professor de História os arranjaram! Para além de bonito e inteligente, ainda é bastante atlético e humanitário! Atira-se para dentro de um edifício em chamas, na prisão leva uma valente porrada por defender um gajo de ser morto à pancada por um grupo de oito (já não tenho bem a certeza do número...) sem o conhecer de lado nenhum! Para além de ter uma capacidade incrível de correr de polícias e assassinos treinados! Deve ir ao ginásio todos os dias!

O mau da fita também é facilmente descoberto pelos leitores. Não é um grande mistério, apesar de no final parecer uma coisa "wow".

Há também que mencionar que apesar de haver várias nacionalidades envolvidas, todos parecem falar numa só língua. E o mais interessante é que há uma altura em que estão a passar uma gravação em Português e há claramente na audiência quem não fala a língua, mas parece saber perfeitamente o que foi dito. Como vi noutra review, são todos poliglotas!

Bom, como já viram, há vários aspectos na ficção da obra que deixam muito a desejar. Contudo, nem tudo é mau! Eu não percebo nada de economia, mas a forma como foi explicada a crise e o que conduziu a ela é simples e até eu percebi qualquer coisa! É isto que é bom nos livros do José Rodrigues dos Santos. Apesar de às vezes ser chato por estar sempre "a bater" no mesmo assunto. Mas é uma óptima forma de obter conhecimentos gerais sobre determinados temas.

E foi por isso que lhe dei uma cotação de 3 estrelas no Goodreads.

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